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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A importância da conservação dos oceanos


Ocupando cerca de 70% de nosso planeta, e muitas vezes esquecidos por nós, os oceanos têm fundamental importância quanto à manutenção da vida na Terra. Propiciando aproximadamente R$20,9 milhões em bens e serviços ao ano, contribuem quanto à estabilidade do clima, regulam a umidade, e abrigam os principais responsáveis pela produção de oxigênio: as algas. Diante disso, é perceptível o quanto deveriam ser respeitados.
Entretanto, a significativa redução da população de grandes predadores, superpopulação de celenterados, colapso da pesca e, inclusive, uma assombrosa concentração de plásticos nos oceanos; mostram que não estamos cumprindo bem nossa função de guardiões deste ambiente. Em nosso país, por exemplo, apenas 0,4% de áreas marinhas são protegidas, e cerca de 80% de seu estoque pesqueiro estão ameaçados.
Sabendo disso, é importante que seus alunos percebam que estes problemas são o resultado do comportamento altamente predatório que nossa espécie ainda insiste em reproduzir, aliado à falta de políticas públicas efetivas que contemplem esta realidade. Reconhecer este fato é uma forma de refletirmos sobre nossos hábitos e também escolher bem e cobrar daqueles que escolhemos para serem nossos representantes.
Em sala de aula, inicialmente, sugira aos seus alunos que citem a importância do ambiente marinho. Provavelmente as informações fornecidas terão lacunas, já que muitas vezes é difícil compreender aquilo que não está ao nosso redor. Após este momento, munido de gravuras e dados, como os contidos no texto “Poluição” e “Poluição das águas”, do site Brasil Escola, e os fornecidos pela ONG Greenpeace, inicie uma discussão sobre o tema.
Ao fim do debate, como tarefa para casa, peça para que os alunos escrevam uma redação sobre a temática, apresentando, de forma detalhada, o que ele poderia fazer para contribuir na conservação dos oceanos.
Abaixo, algumas possíveis respostas:
- não deixar lixo nas praias;
- evitar o uso de produtos plásticos (veja sobre este assunto no texto “Poluição”);
- não comprar peixes ameaçados;
- não construir ilegalmente em áreas costeiras;
- pressionar o governo para que a conservação dos oceanos seja também uma prioridade.

Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Fato e Opinião




Há um pensamento arrogante, derivado de um positivismo rudimentar, que prega a superioridade dos fatos objetivos sobre as opiniões, consideradas meras suposições subjetivas. Aí esconde-se uma esperteza: os fatos são cuidadosamente selecionados para comprovar uma opinião já formada com base em interesses, estes, sim, muito objetivos. Os que contrariam tais interesses e contestam a escolha dos fatos são levianamente desqualificados como ideológicos e radicais. No debate sobre o ex-Código Florestal, cabe perguntar aos idólatras dos “fatos”:
 1) É fato que o agronegócio não é que coloca “comida na mesa” do povo brasileiro, que 60% da cesta básica é garantida pela agricultura familiar, também responsável por 7 em cada 10 empregos no campo? 2) É fato que existem mais de 140 milhões de hectares de áreas degradadas, improdutivas ou com baixíssima produtividade e que é possível dobrar a produção agrícola e o rebanho bovino sem desmatar novas áreas, bastando agregar tecnologia simples e disponível? 3) As propriedades com menos de quatro módulos fiscais nem sempre coincidem com a agricultura familiar, que muitas são agregadas à pecuária ou às empresas agrícolas? Se assim for, as reformas no código perdem a justificativa de defender os pequenos agricultores e, de fato, atendem ao interesse de grandes empresas. Mesmo porque, entre as mudanças feitas, há fatos que vêm sendo omitidos. Nos mangues e apicuns, as áreas degradadas não serão recuperadas e novas áreas podem ser ocupadas com criação de camarões e loteamentos urbanos (art. 11-A). A mata ciliar deixa de ser contada a partir do ponto de cheia do rio e muda a definição de “topo de morro”, reduzindo, em alguns casos, até 90% da área protegida. A liberdade de pensamento é uma das maiores conquistas de nossa preciosa democracia. O código deixa de ser florestal, torna-se um sistema de concessões para a ocupação predatória de quem quer aumentar terras em vez de agregar tecnologia. Vai na contramão do século 21 e é um retrocesso. 
 Marina Silva
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Ilustração: http://modaecologica.blogspot.com.br/2011/06/dia-mundial-do-meio-ambiente-esta.html
Postagem: José Evânio
Coordenador do LEI II