Nos últimos anos, o volume de lixo
urbano reciclado no Brasil aumentou. Entre 2003 e 2008, passou de 5
milhões de toneladas para 7,1 milhões, equivalente a 13% dos
resíduos gerados nas cidades, segundo dados do Compromisso
Empresarial para a Reciclagem (Cempre).
O setor movimenta cerca de R$ 12
bilhões por ano. Mesmo assim, o País perde em torno de R$ 8 bilhões
anualmente por deixar de reciclar os resíduos que são encaminhados
aos aterros ou lixões, de acordo com o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) encomendado
pelo Ministério do Meio Ambiente. Isso porque o serviço só está
presente em 8% dos municípios brasileiros
“Se os resíduos são misturados,
em geral, apenas 1% pode ser reciclado. Se há a separação correta,
o índice de aproveitamento passa para 70% ou mais”, explica a
diretora-excutiva da Brasil Ambiental, Marialva Lyra. Ela destaca a
importância da coleta seletiva para o processo da reciclagem.
Catadores
O Movimento Nacional dos Catadores de
Materiais Recicláveis (MNCR) surgiu no final dos anos 90 e hoje está
presente em praticamente todo território nacional por meio de 600
bases, entre associações e cooperativas, e de 85 mil catadores
organizados.
“Noventa e nove porcento do
material reciclável que vai para a indústria passa pelas mãos dos
catadores organizados e não organizados”, relatou o articulador e
um dos fundadores do movimento, Eduardo Ferreira de Paula, também
secretário da Rede Latino Americana e do Caribe de Catadores.
O Diagnóstico do Manejo de Resíduos
Sólidos de 2009, realizado pela Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental, apontou que a participação das associações de
catadores com apoio da prefeitura na coleta seletiva ocorre em 30%
das cidades brasileiras.
A lei 11.445 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e permite que as prefeituras contratem as organizações de catadores para fazer o trabalho de coleta seletiva. “Assim as cooperativas viram um negócio e não apenas uma atividade social”, afirma Eduardo Ferreira de Paula.
A lei 11.445 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e permite que as prefeituras contratem as organizações de catadores para fazer o trabalho de coleta seletiva. “Assim as cooperativas viram um negócio e não apenas uma atividade social”, afirma Eduardo Ferreira de Paula.
Para a socióloga, Elisabeth
Grimberg, coordenadora-executiva do Instituto Polis, as prefeituras
são fundamentais. “O poder público municipal terá que investir e
coordenar todo processo e implantar tecnologias voltadas para a
reciclagem e co-implementar processos de integração dos catadores,
associações e cooperativas”, afirma.
O alumínio é o campeão de
reciclagem no País, com índice de 90%, segundo os Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável de 2010 do IBGE. Isso se deve ao alto
valor de mercado de sua sucata, associado ao elevado gasto de energia
necessário para a produção de alumínio metálico.
Postagem: José Evânio
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